sábado, 22 de janeiro de 2011

Novo Acordo Ortográfico (AO) - CONHEÇA BEM para não DESLIZAR!


AO? O que é isso?
   
O Novo Acordo Ortográfico (AO)foi elaborado para uniformizar a grafia das palavras dos países lusófonos, ou seja, os que têm o português como língua oficial. Ele entrou em vigor em janeiro de 2009.

     Os brasileiros terão quatro anos para se adequar às novas regras. Durante esse tempo, tanto a grafia anterior como a nova serão aceitas oficialmente. A partir de 1 de janeiro de 2013, a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Novo Acordo.

     As mudanças são poucas em relação ao número de palavras que a língua portuguesa tem, porém são significativas e importantes. Basicamente o que nos atinge mais fortemente no dia a dia é o uso dos acentos e do hífen.


Critérios de aplicação das normas ortográficas ao Vocabulário Ortográfico do Português
Nas linhas que se seguem, descreveremos os critérios seguidos na aplicação do Acordo Ortográfico (AO), à elaboração do Vocabulário Ortográfico do Português. Nesta apresentação, deter-nos-emos nos aspetos em que, da aplicação do AO, resultam alterações na grafia das palavras, ou que suscitam dúvidas entre os falantes.
ALFABETO
       O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula:

a A (á) / b B (bê) / c C (cê) / d D (dê) / e E (é) / f F (efe) / g G (gê ou guê) / h H (agá) / i I (i) / j J (jota)
k K (capa ou cá) / L (ele)   / m M (eme) / n N (ene) / o O (ó) / p P (pê) / q Q (quê) / r R (erre) / s S (esse)
t T (tê) / u U (u)  / v V (vê) / w W (dáblio) / x X (xis) / y Y (ípsilon) / z Z (zê)

      As letras k, w e y, que passam a integrar o rol das letras do alfabeto do português, usam-se nos seguintes casos especiais:
  • Em antropónimos (nomes de pessoas) e topónimos (nomes de lugares) originários de outras línguas e seus derivados.
Exemplos:
Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista; Kwanza, Kuwait, kuwaitiano;

  • Em siglas, símbolos e em palavras e abreviaturas adotadas como unidades de medida de curso internacional.
Exemplos: TWA, KLM; kW (kilowatt).

a)      H - INICIAL
O uso do h inicial mantém-se inalterado, continuando o seu uso:
  • Em palavras que historicamente se escrevem dessa forma.
Exemplos: haver, hélice, hera (esposa de Zeus), hoje, hora (ocasião), homem, humor;
  • Em palavras que convencionalmente o usam:
Exemplos: hã?, hem?, hum!
NOTA: Teremos húmido na grafia portuguesa, mas úmido na grafia brasileira, como, de resto, já acontecia.
Na prefixação e na composição, o h inicial:
  • Continua a não se usar: quando o elemento em que figura o h, já se aglutinou ao elemento precedente.
Exemplos: biebdomadário, desarmonia, desumano, exaurir, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver;
  • Mantém-se: Quando pertence a um elemento que ainda está ligado ao anterior por meio de hífen.
Exemplos: anti-higiénico/ anti-higiênico, contra-haste, pré-história, sobre-humano.

b)      DIVISÃO SILÁBICA
Sem alteração, exceto na translineação de palavras escritas com hífen; torna-se obrigatória a repetição do hífen na linha seguinte (e.g. escreve-||-se), o que, aliás, já era prática corrente.

c)      ASSINATURAS E FIRMAS
“Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou registro legal, adote na assinatura do seu nome. Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registro público.”
Exemplos: Activa, Optimus, Ayres, Caetano, Mello, Themudo, Souza.

d)      TREMA
O trema é suprimido na variante brasileira da grafia portuguesa.
Exemplos: linguiça, equídeo linguística
      A exceção, em todas as variedades de escrita, diz respeito a palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros com trema.
Exemplos: Hübner, hübneriano, Müller, mülleriano.

e)      MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS
Passam a escrever-se obrigatoriamente com minúscula:
  • os mesesjaneiro, fevereiro;
  • as estações do anoinverno, primavera;
  • as formas fulano, sicrano e beltrano;
  • os pontos cardeais, mas não as suas abreviaturasnorte, sul, leste, oeste, mas NW (noroeste), SE (sudeste);
  • os axiónimos (expressões de reverência) – senhor, doutor, Manuel, Silva.
Devem escrever-se com maiúscula:
  • pontos cardeais ou equivalentes quando “empregados absolutamente” – o Sul (por "região sul do país"), o Oriente (por "oriente asiático");
  • siglas, símbolos e abreviaturas internacionaisONU, FAO, EU, H2O.
Passam a escrever-se facultativamente com minúscula:
  • nos títulos de livros, os vocábulos a seguir ao primeiro, com exceção dos nomes próprios – As pupilas do senhor reitor ou As Pupilas do Senhor Reitor, Os Maias;
  • os hagiónimos (nomes de santos) – são Bartolomeu, santa Rita;
  • os nomes de domínios de saber, cursos e disciplinasportuguês, linguística, línguas e literaturas clássicas;
  • as palavras usadas “reverencialmente ou hierarquicamente” – vossa excelência, digníssimo senhor doutor;
  • categorizações de logradouros públicos, templos e edifíciosrua do Ouro, largo do Terreirinho, museu da Água;
NOTA: Estas disposições não impedem que, em obras de especialidade ou usos específicos, se use maiúscula inicial para efeitos de destaque, reverência ou outros.

f)       ACENTUAÇÃO:

ACENTOS OBRIGATORIAMENTE ELIMINADOS:
  • É eliminado o acento gráfico no ditongo oi em palavras graves, e nas formas verbais terminadas em -eem .
Antes do AO (Acordo Ortográfico), jibóia e paranóico, mas agora jiboia e paranoico.
Antes do AO, vêem, crêem, dêem e lêem, mas agora veem, creem, deem e leem .
  • Elimina-se o acento gráfico sobre a letra u nas terminações verbais que, gue, gui(s), qui(s) que a tinham.
Antes do AO, argúi e obliqúe, mas agora argui e oblique.
  • Na grafia brasileira, elimina-se o acento no ditongo ei em palavras graves, e em vogais tônicas e quando precedidas de ditongo:
Antes do AO, plebéia e bibliorréico, mas agora plebeia e bibliorreico .
Antes do AO, baiúca e saiínha, mas agora baiuca e saiinha .

g)      DESAMBIGUAÇÃO DE PALAVRAS HOMÓGRAFAS:

Em geral, são eliminados os acentos que serviam para desambiguar palavras homógrafas:
  • antes do AO, pêlo e pelo, mas agora apenas pelo;
  • antes do AO, pára e para, mas agora apenas para.
Mantêm-se, no entanto, as seguintes exceções:
  • por (preposição) e pôr (infinitivo verbal);
  • demos (pretérito perfeito do indicativo) e dêmos (presente do subjuntivo e imperativo) do verbo dar;
Passa a ser opcional o uso do acento para distinguir as formas do presente e do pretérito perfeito do indicativo, nos verbos da 1ª conjugação:
  • amamos (presente), mas amámos ou amamos (pretérito perfeito).

h)     VARIAÇÃO ENTRE PORTUGAL E O BRASIL

Em qualquer caso, usar-se-ão acentos gráficos diferentes (agudos ou circunflexos) para marcar os timbres aberto ou fechado, nas vogais tónicas, das variedades portuguesa e brasileira da língua:
  • anónimo, fémur, matiné e eónix em Portugal;
  • anônimo, fêmur, matinê e ônix no Brasil.

 I)     VARIAÇÃO ENTRE PORTUGAL E O BRASIL
Palavras com prefixos e radicais de composição:
A regra geral é de aglutinar (escrever junto) os prefixos e radicais de composição (elementos não autônomos) às palavras a que se juntam.
Exemplos: antirrevolucionário, megaconcerto, minissaia, socioeconômico, ultraligeiro.
Mantém-se o hífen nas seguintes situações, como já acontecia na maioria dos casos:
  • quando o prefixo ou radical se junta a uma palavra começada por h,
  • Exceto : no caso de palavras formadas com des-, in- e re- que já se escrevem aglutinadas.
Exemplos: a-histórico, anti-histamínico, co-herdeiro, neo-helénico, sub-hepático, super-homem,
Menos: desumano, inábil, reabilitar;
  • quando o prefixo ou radical termina com a mesma letra (vogal ou consoante) com que se inicia a palavra a que se junta;
  • Exceto : No caso dos prefixos: co-, pre-, pro- e re-, prefixos átonos. Exemplos: anti-infeccioso, contra-ataque, euro-obrigação, inter-regional, semi-interno, Mas: cooperação, preeminência, reeleger;
  • Quando o prefixo ex- tem sentido de “anterioridade”, mas não quando tem sentido de “movimento para fora”.
Exemplos: ex-marido, ex-presidente, ex-treinador, Menos: excêntrico, excomungar, exfiltrar;
  • quando o prefixo ou radical é acentuado.
Exemplos: pré-história, pré-operatório, pós-ndependência, pós-parto;
  • Quando o elemento da direita é um estrangeirismo, um nome próprio ou uma sigla/acrônimo.
Exemplos: anti-aphartheid, anti-Salazar, anti-URSS;
  • Quando da junção do prefixo/radical à palavra, resulta uma sequência consonântica impossível em português. Exemplos: circum-navegação, pan-brasileiro.

j)        PALAVRAS ASSOCIADAS A OUTRAS PALAVRAS
Elimina-se o hífen (mantendo separados os seus elementos) nos seguintes tipos de palavras compostas e locuções:
  • Constituídas por um nome seguido de preposição e de outro nome.
Exemplos: casa de banho, cor de vinho, fim de semana;
  • constituídas pelos advérbios não ou quase e outra palavra.
Exemplos: não alinhado, não fumador, quase dito, quase estático.
Constituem exceção a estas regras os nomes compostos que designem espécies zoológicas e botânicas ou que sejam gentílicos derivados de topônimos compostos.
  • Exemplos: bico-de-papagaio (flor), cabeça-de-prego (inseto), mas bico de papagaio (espondilose), cabeça de prego (gíria tipográfica); cabo-verdiano, nova-iorquino, são-tomense.

k)      FORMAS VERBAIS COM PREPOSIÇÕES
     Elimina-se a ligação por meio de hífen das formas monossilábicas do verbo haver à preposição de:
Exemplos: hei de, hás de, há de, hão de.
         Obs: Todos os demais casos se mantêm inalterados.

     l)SOANTES MUDAS:   
    Em cada variedade nacional da língua, eliminam-se as consoantes “c” ou “p” quando precedem um “c”, “ç”, ou “t” e nunca são realizadas foneticamente (nunca se pronunciam).
Exemplos: ação (em vez de acção),
ato (em vez de acto),
coletivo (em vez de colectivo),
inseto (em vez de insecto),
objeção (em vez de objecção),
ótimo (em vez de óptimo).
Em cada variedade nacional mantêm-se todas as consoantes que se pronunciam, independentemente da existência de casos de variação entre países: Exemplos:
Exemplos: anorético em Portugal, anoréctico no Brasil,
facto em Portugal, fato no Brasil,
sumptuoso em Portugal, suntuoso no Brasil,
aspeto em Portugal, aspecto no Brasil,
deceção em Portugal, decepção no Brasil,
receção em Portugal, recepção no Brasil
Nos casos em que, dentro do mesmo espaço geográfico, existe variação na pronúncia de uma dada palavra, aceitam-se ambas as variantes:
  • Em Portugal,
assético / asséptico,
concetual / conceptual,
caráter / carácter.

  • No Brasil,
calefator / calefactor,
fatorial / factorial,
olfato / olfacto.

(Leia mais: http://www.abril.com.br/reforma-ortografica/
Portal da Língua Portuguesa
http://www.portaldalinguaportuguesa.org 
Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_
Ortogr%C3%A1fico_de_1990

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